4/8/2014 - Sorocaba - SP
Cruzeiro do Sul
Depois de 25 anos, 281 famílias do bairro Júlio de Mesquita Filho receberam ontem pela manhã as escrituras de suas casas, em solenidade realizada pela Prefeitura de Sorocaba na Escola Municipal Luiz de Almeida Marins. Para uns, uma sensação de alívio ao receber a documentação, para outros a realização de um sonho, tanto que teve gente que não conteve as lágrimas. Segundo a administração municipal, o bairro agora está regularizado e, conforme os proprietários terminem de pagar seus financiamentos, receberão as escrituras dos imóveis. Outras 150 escrituras estão em trâmite para serem entregues.
Agora, com tudo resolvido, receber o documento que assegura a titularidade do imóvel foi um alívio para a bancária Elizete Aparecida Bueno, 43 anos. Ela foi a primeira proprietária a ter o documento nas mãos durante a cerimônia. "É uma segurança de que a casa é minha mesmo. Fiquei muito feliz quando soube que estava na lista para receber hoje", conta. Elizete lembrou que, quando mudou-se para o bairro, há mais de 20 anos, não havia infraestrutura no local e a casa era simples.
O secretário municipal de Habitação e Regularização Fundiária (Sehab), Flaviano Agostinho de Lima, explicou que todos os 3.506 imóveis residenciais e os 80 comerciais estão com a documentação regular. "Hoje temos aproximadamente 900 famílias que quitaram os financiamentos e estão solicitando suas escrituras. A Prefeitura dá a assistência, o encaminhamento, e aguarda as pessoas resolverem suas questões particulares. Quando estiver tudo resolvido, a própria Cohab faz a escritura direta dessas famílias."
Preocupação
O aposentado Nelson Firmino Siqueira, 66, e a esposa Venise Maria Siqueira, 65, também comemoraram o documento. "Isso aqui era o meu sonho. Tinha aquele papo de que não ia sair a escritura, então eu ficava com o coração na mão", relata. Nelson destacou que eles terminaram de pagar o financiamento há quatro anos, e que desde então a falta de escritura os preocupava muito.
O prefeito Antonio Carlos Pannunzio (PSDB) alegou que a demora em regularizar o bairro e as escrituras ocorreu por dois motivos. Um deles é que as famílias só podiam ter a escritura após pagarem todo o financiamento. Isso porque o Conjunto Habitacional Júlio de Mesquita Filho foi construído e financiado pela Cia. Regional de Habitações de Interesse Social (Cohab Crhis), daí a necessidade da quitação e depois o início do processo para obter a escritura definitiva. O outro fator era a questão legal do terreno. "Esse bairro aqui era fruto de um litígio entre o espólio da família Matarazzo e a Caixa Econômica Federal. Foi aí que a Prefeitura entrou, e essa era uma briga judicial."
A auxiliar de enfermagem Ivone Sartori, 54, é uma das moradoras mais recentes do bairro. Seu pai comprou o imóvel há cinco anos do primeiro dono e, há dois eles quitaram os pagamentos. "Quando compramos, ficamos um pouco inseguros, mas sabíamos que não iam tirar da gente."
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