Uma tarde para a troca de experiências, mas também para propor uma nova maneira de pensar o artesanato desenvolvido em Sorocaba. Esse pode ser um resumo do que foi o evento que reuniu cerca de 70 artesãos e artistas da cidade e Maria Teresa Leal, diretora-executiva da Cooperativa de Trabalho Artesanal e de Costura da Rocinha - Coopa-Roca, do Rio de Janeiro, cuja qualidade e ineditismo dos trabalhos conquistaram lugar de destaque no setor da Moda e do Design no Brasil e no exterior.

O encontro, que aconteceu na unidade da Seminário da Prefeitura, foi uma iniciativa do Fundo Social de Solidariedade de Sorocaba (FSS), por meio do projeto Viver Arte, que tem como um de seus objetivos incentivar e promover a criatividade e qualidade artística nos trabalhos artesanais de Sorocaba, tendo como meta a criação de um Mercado de Arte na cidade.

O encontro começou com uma exposição dos produtos confeccionados pelos artesãos, na qual o prefeito Antônio Carlos Pannunzio e a presidente do Fundo Social de Solidariedade, Maria Inês Moron Pannunzio, puderam apresentar para Maria Teresa o artesanato desenvolvido em Sorocaba.

Em seu pronunciamento, Pannunzio lembrou que uma de suas prioridades de governo é incrementar o trabalho artesanal na cidade. "Durante a campanha, visitei os locais de exposição de artesanato e conheci de perto as pessoas que fazem este belo trabalho que envolve sensibilidade, e que traz alegria para quem faz e para quem recebe. Queremos que realizem um trabalho diferenciado e mais ambicioso, buscando a melhoria constante e, por que não, conquistando mundo afora", disse.

Maria Teresa contou um pouco da trajetória da Coopa-Roca que se instalou na Rocinha em 1981 e começou com um grupo de 5 mulheres. E 30 anos mais tarde e depois de trazer uma contemporaneidade aos produtos e trabalhar de forma coletiva o grupo conseguiu acessar os mercados mais exigentes do mundo. Os artesãos de Sorocaba também puderam fazer perguntas e trazer suas demandas e expectativas.

"Tive a oportunidade de conhecer diferentes tipos de produtos e são muitas as técnicas, assim como os interesses e as demandas. Existem artesãos que estão interessados em estruturar melhor a feira já existente, aqueles que estão em busca de acesso a um mercado mais qualificado, e pessoas que conseguem perceber a importância do aspecto cultural para o desenvolvimento da identidade do produto. É preciso reconhecer essas diferentes formas de desenvolver o trabalho artesanal e de perceber o mercado, para pensar de que forma organizar esses processos, seja de gestão ou de produção", avaliou Maria Teresa.

Quem também falou com os artesãos foi o gerente regional do Sebrae, Carlos Alberto de Freitas, que colocou a entidade à disposição do projeto Viver Arte. "Foi dada aos artesãos a oportunidade de conhecer uma proposta inovadora que é a da Coopa-Roca e de como estar antenado e conectado com as tendências do mercado, fundamental para que qualquer empresa seja competitiva. O Sabrae está totalmente à disposição dos empreendedores para oferecer capacitação, gestão e orientação nessa área para que eles se tornem mais competitivos e consigam, cada vez mais, melhorar sua fonte de renda e o seu negócio", falou.

Para a presidente da Associação de Artesanato Novos Rumos, Virginia Oliveira, os artesãos saíram com um grande desafio pela frente. "Queremos valorizar a nossa feira e a gente sempre pensa em melhorar, mas nunca tínhamos pensado na ideia de uma cooperativa. Acho que foi uma tarde muito proveitosa", declarou.

"Os objetivos da reunião foram atingidos, principalmente nossa intenção de que os artesãos conhecessem o trabalho da Coopa-Roca e da Maria Teresa e ouvissem um pouco da experiência dela, que mostrou um trabalho consolidado. Terminamos a tarde com muita alegria e esperamos que os nossos artesãos tenham saído com essa mesma alegria", finalizou Maria Inês.