9/12/2013 - Sorocaba - SP
da assessoria de imprensa da Prefeitura de Sorocaba
Mil e cem profissionais da educação, de Sorocaba e cidades vizinhas e das instituições universitárias de ensino aqui atuantes, estão participando, até o início da tarde de hoje, do 15º Seminário Internacional da Secretaria de Educação do Município (Sedu).
Graças à sua nova equipe coordenadora, o evento ganhou, este ano, uma formatação diferente das versões anteriores. Ele problematiza a questão do aprofundamento do diálogo sobre educação na primeira infância – uma necessidade urgente deste município – com foco em três pontos essenciais: criança, cultura e formação de educadores.
Há vinte anos, no exercício de meu primeiro mandato como Prefeito de Sorocaba, atento ao acelerado ritmo da inserção da mulher nas carreiras de nível superior e do mercado de trabalho, antevi o crescimento das exigências sociais do investimento público em educação infantil.
Criei, naquele quatriênio, 17 creches municipais e, retirando-as do campo da assistência social, imprimi a elas, com a cooperação voluntária de minha esposa, a profa. Maria Inês Pannunzio – que me ajudava a pensar e definir tais questões depois de haver cumprido sua carga horária como educadora concursada do Município -, as características de centros educacionais.
Desse modo, antecipando-se muito ao que bem mais tarde mandaria a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Sorocaba transformou assim suas creches em unidades de Educação Infantil.
O ritmo daquele quadriênio, na área de Educação Infantil, não se manteve nos anos seguintes. Surgiu assim o déficit de unidades que impossibilita a Prefeitura de, hoje, em caráter imediato, aplicar em nossa cidade o princípio constitucional que reconhece a Educação Infantil – do berçário à pré-escola – como um direito de toda criança brasileira.
Reivindicações nesse sentido partem hoje não apenas dos educadores e das mães, grupos diretamente interessados na questão, mas de todos os segmentos sociais empenhados em garantir um desenvolvimento sadio e equilibrado à criança.
O Seminário em andamento chama a atenção para um fato importante. Para atender tais reivindicações não basta aumentar o número das creches e das pré-escolas.
O Plano Nacional pela Primeira Infância, de cuja existência poucas pessoas fora do universo da educação estão cientes, sustenta a necessidade de que todos os órgãos públicos e da sociedade assumam seus deveres com a Primeira Infância.
Assim, quando creches e pré-escolas fechem suas portas, uma vez ao ano, para assegurar o direito de férias de seus operadores, as crianças continuam sendo atendidas através de programas de públicos atuantes em áreas correlatas.
A título de mera exemplificação, assumem tais funções as políticas públicas de desenvolvimento social, educação ambiental, lazer, jogos dramáticos, práticas esportivas e assim por diante.
Além disso, e esse é um dos pontos importantíssimos que estarão em debate, é preciso que professores, auxiliares de educação infantil, coordenadores pedagógicos, diretores, supervisores, estudantes de cursos de licenciatura e outros interessados na matéria se deem conta de uma importante mudança conceitual.
A ideia de que como todos os adultos foram crianças, o profissional de educação infantil precisa apenas "libertar a criança que vive dentro dele" para entrar em sintonia com seus pequenos educandos hoje e bem cumprir sua tarefa é vista, atualmente, como uma falácia.
O que carregamos, dentro de nós, é apenas a memória das crianças que fomos, da infância que tivemos e isso pouco nos ajuda a entender as crianças de hoje. Para tanto é indispensável encararmos as crianças como outros, ou seja, seres humanos com os quais precisamos estabelecer relacionamentos, sejam eles nossos filhos ou alunos da escola de educação infantil em que trabalhamos.
Essa proximidade dos problemas que estarão sendo levantados nas conferências, palestras e mesas-redondas do Seminário, pretende dar aos participantes desse seminário um ferramental novo e uma postura distinta, diante de suas tarefas, muito diferente das práticas embasadas apenas no senso comum ou em teorias ultrapassadas.
Merecem desta as reuniões sobre os Planos Municipais pela Primeira Infância e as que enfocam a realidade das salas de aula. Nelas estão sendo feitas indagações muito pertinentes sobre o brincar hoje, o lugar dos bebês na primeira infância ou a docência na educação infantil.
De tudo isso resulta um chamamento muito direto à busca de uma sintonia cada vez melhor entre a ação dos educadores e as necessidades contemporâneas da educação infantil.
Registro, por fim, que o Seminário, pela primeira vez, é gratuito para seus participantes, o que significa que estamos demolindo de vez as barreiras de exclusão econômica que pudessem afastar possíveis participantes.
O que a Prefeitura pretende demonstrar, com todo esse conjunto de inovações, das quais destaquei umas poucas para reflexão dos leitores, é que, o cuidado com a Educação Infantil reclama algo mais do que a atenção a prédios, cardápios ou controles horários.
A verdadeira mudança na educação infantil passa pelos corações e mentes dos que a viabilizam e que foram convocados para tomar parte no Seminário ora em andamento.
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