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2/10/2017 - Sorocaba - SP

Dia Mundial da Doação de Órgãos é celebrado na Câmara Municipal




da assessoria de imprensa da Câmara de Sorocaba

 

Promovida pelo vereador Wanderley Diogo (PRP), a audiência contou com explanações de médicos responsáveis por transplantes no município, além da presença de pessoas transplantadas

 

 

 

O Dia Mundial de Doação de Órgãos, comemorado anualmente em 27 de setembro, foi tema de audiência pública realizada na noite de quinta-feira, 28, na Câmara Municipal de Sorocaba. O Dia Nacional da Doação de Órgãos, celebrado na mesma data, também foi comemorado. A iniciativa do evento foi do vereador Wanderley Diogo (PRP). Segundo dados do Ministério da Saúde, em 2016 houve um aumento de 18% no número de doações de órgãos no país, mas cerca de 40% das famílias se recusam a fazer doação de órgãos.

 

Presidida pelo vereador proponente, a audiência pública contou com a participação das seguintes autoridades: diretor técnico da Unimed, Mário Sérgio Moreno; superintendente do Banco de Olhos de Sorocaba (BOS), Edil Vidal de Souza; administradora da Santa Casa, Artemísia Martins; tesoureiro do BOS, Sérgio Gabriel, representando o presidente do BOS, Paschoal Martinez Munhoz; e o superintendente do Hospital Santa Lucinda, Carlos Drisostes.

 

Wanderley Diogo observou que o mês de setembro também é conhecido como “Setembro Verde”, mês da campanha de doação de órgãos. Entre outras questões, a audiência pública teve como objetivo debater como funciona a doação de órgão; como se faz a captação de órgãos; e como se constata a morte cerebral (condição para que os órgãos possam ser doados). O vereador enfatizou ainda que se uma pessoa quer ser doadora, é fundamental que comunique esse desejo a seus familiares.

 

O coordenador da equipe de transplante renal do Hospital Santa Lucinda, médico nefrologista Francisco Fernandes, afirmou que o Brasil faz apenas metade dos transplantes que poderia fazer. Em seguida, apresentou um vídeo do médico José Medina Pestana, do Hospital do Rim e Hipertensão de São Paulo, que faz o maior número de transplantes de rins no mundo, cerca de quatro transplantes por dia. No vídeo, o médico explicou as complexidades dos transplantes e disse que o Brasil tem o maior programa de transplante público do mundo e o segundo em geral, atrás dos Estados Unidos.

 

O médico Marcelo Viola Gabaldo, cirurgião de transplante de rins do Hospital Santa Lucinda, também apresentou dados sobre os transplantes renais e disse que a grande maioria dos pacientes submetidos a transplantes de rins são adultos em idade ativa. Segundo ele, o transplante renal – que também pode ser feito intervivos – melhora a qualidade de vida do paciente, prolonga sua expectativa de vida e propicia seu retorno à vida social.

 

O médico Mário Sérgio Moreno, da Unimed, disse que 83% dos transplantes realizados no centro de transplantes da Unimed são realizados pelo SUS (Sistema Único de Saúde). “No ano passado, fizemos 900 consultas no centro de transplantes e neste ano já estamos em 850, com tendência de aumento”, disse. Também Renato Hidalgo, responsável pelo transplante de fígado da Unimed, explicou o trabalho de sua área de atuação, que, segundo ele, é a equipe que mais retira fígado para transplante em todo o país, chegando a 150 fígados retirados nos últimos 12 meses. Segundo Hidaldo, Sorocaba tem uma cultura de doação de órgãos maior do que a do restante do país, fato que ele atribuiu, possivelmente, às campanhas do BOS.

 

Sobre o transplante de córnea, o médico Edil Vidal de Souza, do Banco de Olhos de Sorocaba, falou da evolução técnica da entidade, que é referência em todo o Estado e no país. Segundo ele, de 1984 a 2017, o BOS captou 151.515 córneas. O médico Robenilson Almeida de Souza, responsável pelo transplante de medula da Unimed, explicou os procedimentos de sua especialidade.

 

O neurocirurgião Otávio Turolo discorreu sobre o que ele mesmo chamou de “a parte triste do transplante” – isto é, a morte encefálica, condição fundamental para a doação de determinados órgãos, como o coração. Turolo explicou que o moderno conceito de morte encefálica foi definido em 1959 e se caracteriza pelo estado clínico irreversível em que as funções cerebrais e do tronco encefálico estão irremediavelmente comprometidas, em que pese ainda existirem funções metabólicas. Legalmente, no Brasil, a morte encefálica foi definida por uma resolução do Conselho Federal de Medicina de 1997.

 

No final da audiência pública, que contou com a presença de pessoas transplantadas, o vereador Wanderley Diogo parabenizou os médicos e demais profissionais de saúde que atuam na área dos transplantes e conclamou a população a se tornar doadores de órgãos, manifestando esse desejo aos seus familiares.

 

 



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