A crise gerada pela pandemia de coronavírus (Covid-19) vai afetar diretamente as empresas, os empreendedores e os colaboradores. Por isso, o gestor de negócios deve ser o mais ativo possível e buscar soluções que vão além da pura sobrevivência financeira. São dicas como esta que a equipe do PTS (Parque Tecnológico de Sorocaba) está elaborando e que serão divulgadas por meio das redes sociais, tendo em vista que a recomendação é não sair de casa.
A medida mais assertiva neste momento, conforme a analista de aceleração de startups do PTS, Ana Geórgia Damasceno Barbosa, é ser proativo, pois isso vai mostrar ao colaborador que o gestor se importa com a empresa, bem como deixa claro aos fornecedores o esforço que é feito para manter o negócio em pé e em dia com todas as obrigações.
Ana Geórgia também sugere que o empreendedor faça cálculos das previsões financeiras para os próximos meses, mesmo que isso gere ansiedade. “Veja quanto você tem em caixa, tente renegociar dívidas, entenda o cenário atual e quanto isso vai impactar nas suas finanças”, explica. “Nesses casos é sempre aconselhável usar uma perspectiva realista e pessimista, nunca otimista.”
Com os números em mãos, acrescenta a analista de aceleração de startups do PTS, é importante compartilhá-los com os colaboradores e com todos os envolvidos com o negócio. “São eles [funcionários e parceiros] que vão te ajudar a passar pela crise”, afirma.
Diversificar os canais de busca por clientes e de vendas – caso este seja o ramo de atuação da startup – é outra dica da equipe do Parque Tecnológico de Sorocaba. As sugestões, inclusive, foram separadas por segmento e algumas delas seguem abaixo:
Para bares e restaurantes – investir no processo de delivery e no takeaway (fazer o pedido online e pegar no restaurante).
Para startups em geral – é hora de focar na retenção dos clientes e não na prospecção de novos clientes. Uma boa saída é investir em geração de conteúdo para ganhar autoridade na sua área de atuação e ganhar a confiança dos clientes. Outra alternativa é disponibilizar soluções de uso digital no sistema gratuito para os clientes.
Para indústrias – acompanhar de perto a evolução geográfica da crise e garantir o abastecimento e a logística nas regiões mais afetadas, antecipando o acúmulo ou a falta de produtos nos locais afetados.
Para escolas e cursos – caso a unidade não possua o ensino à distância, existem algumas plataformas online que podem disponibilizar as aulas aos professores e aos alunos. Além disso, materiais podem ser compartilhados em nuvem e grupos de estudo criados com o objetivo de auxiliar os estudantes e não atrasar o calendário letivo.
Para prestadoras de serviços – neste momento a retenção de clientes vai ser fundamental e garantir que os pagamentos sejam honrados pode ser o diferencial para o seu negócio. Pense em medidas para estender e facilitar os pagamentos. Caso tenha uma estratégia de retenção pode concentrar esforços em reativar clientes antigos que não foram tão afetados pela crise.
PELA INTERNET
Por trabalhar todos os dias com o fomento ao empreendedorismo e como a responsável por prestar mentorias as cerca de 110 startups ativas no Parque Tecnológico de Sorocaba é que Ana Geórgia foi incumbida da missão de estudar e passar à frente regras simples que devem ser colocadas em prática durante a pandemia de coronavírus. “Achei importante entender como podemos manter o ambiente otimista e quais ações efetivas podem ser tomadas para que a crise não afete ainda mais o cenário econômico do país”, ressalta.
Com a recomendação de que todos devem ficar em casa para evitar o contágio e a proliferação da doença, Ana Geórgia conta que os workshops e as mentorias do PTS estão sendo feitas pela internet. Já está prevista, inclusive, uma palestra totalmente online pelas redes sociais. É justamente por isso que ela participa do curso de restartse – maior programa de capacitação online para a nova economia e que é voltado à área de gerenciamento de crises.