21/6/2013 - Sorocaba - SP
da assessoria de imprensa da Prefeitura de Sorocaba
Fotos na Agência Sorocaba de Notícias
O trabalho visa informá-las sobre os serviços públicos que elas podem acessar e dar a essas pessoas algum tipo de encaminhamento
"O trabalho de abordagem social realizada com a população em situação de rua é acima de tudo de persistência", definiu Carlos Más, coordenador da ação pela Secretaria da Cidadania (Secid). Em média, duas noites por semana, durante mais de três horas de trabalho, a Prefeitura de Sorocaba realiza a abordagem solidária, na qual uma equipe da Secid, da Secretaria de Segurança Comunitária (Sesco), por meio da Guarda Civil Municipal (GCM) e do Setor de Fiscalização, do Serviço de Obras Sociais (SOS) e do Conseg Centro (Conselho Comunitário de Segurança) percorre alguns pontos da cidade onde ocorrem aglomerações de pessoas em situação de rua, principalmente na região central.
"Esta é uma das nossas ações para atender a população de rua da cidade. O trabalho visa informá-las sobre os serviços públicos que elas podem acessar e dar a essas pessoas algum tipo de encaminhamento", explica Edith Di Giorgi, vice-prefeita e secretária das pastas da Cidadania e Juventude (Sejuv).
Nesta semana o foco da ação foram os viadutos de Sorocaba. Na segunda-feira (17), a equipe visitou as pontes de Pinheiros, da avenida São Paulo e da rua Comendador Oeterer, além da marquise do estádio municipal "Walter Ribeiro" (CIC), em Santa Rosália. Já na terça-feira (18), foi a vez das pontes Salomão Pavlovsky e Pinheiros, além do Largo do Divino, após uma denúncia recebida pela Guarda Civil Municipal. No total, foram abordadas 22 pessoas, sendo 17 homens e cinco mulheres. Destes, quatro foram encaminhados para o SOS e o restante não desejou algum tipo de encaminhamento oferecido.
Como funciona
Durante a abordagem, com um questionário em mãos, as agentes sociais da Secretaria da Cidadania fazem o primeiro contato com a pessoa em situação de rua. A ideia é obter o máximo de informações possíveis, como município de origem ou se possui residência e família em Sorocaba, idade, se é dependente de álcool e outras drogas, escolaridade, entre outras. Com isso, em um diálogo sincero, as agentes sociais conhecem como vivem essas pessoas, as causas da permanência na rua, as relações afetivas e as suas principais necessidades.
Em seguida, essas pessoas são convidadas, num primeiro momento, a irem ao Albergue do SOS, onde podem tomar banho, jantar e dormir durante um período de sete dias. "O nosso trabalho neste primeiro momento é balançar essas pessoas para que elas aceitem a mudança", explicou Carlos Más.
Se o convite é aceito, todos os pertences são recolhidos e ele é levado ao abrigo. Caso contrário, as agentes sociais insistem para que a pessoa então vá ao Centro POP (Centro de Referência para a População em Situação de Rua), no dia seguinte, a partir das 8h. No local, há escuta qualificada com uma equipe multiprofissional, que proporciona ainda alimentação, higiene pessoal, atividades socioeducativas, encaminhamentos, dentre outros. O Centro POP está localizado na avenida Comendador Pereira Inácio, 763, no Centro, próximo à Rodoviária de Sorocaba.
Embaixo da ponte
Na ponte Salomão Pavlovsky, a equipe abordou o casal Fred, de 37 anos, e Karina, de 20 anos. Entrevistado pela agente social Sandra Regina Silva Coelho, Fred declarou estar nas ruas desde setembro do ano passado, após a morte de suas filhas gêmeas recém-nascidas. "Perdi as duas e fiquei desiludido da vida, larguei da minha ex-mulher e vim pra rua", contou. Torneiro mecânico desempregado, ele disse que é pai de 12 filhos e não aceitou o convite para passar a noite no Albergue do SOS.
Mesmo assim a agente social insistiu para que ele fosse então no Centro POP no dia seguinte. "A situação só depende você. Pense nos seus filhos. Eles são reflexos dos pais, tenho certeza que você não quer o mesmo para eles", insistiu. Fred apenas concordou e guardou o endereço do Centro POP no bolso.
De acordo com Carlos Más, esse é um caso clássico da ruptura do vínculo familiar causado por uma grande tragédia. "Muitos não tem estrutura emocional, não aguentam encarar a situação e optam por viver na rua", explicou. Já Karina foi entrevistada pela agente social Luiza Silma Franco Bueno. Ela afirmou ser usuária de crack e que inclusive já esteve internada no Grasa, mas negou uma nova ajuda da Prefeitura de Sorocaba. Ela disse ainda que mora com sua mãe em Brigadeiro Tobias e está há duas semanas na rua. Ambos nunca tinham sido vistos pela equipe da abordagem solidária.
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