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11/5/2012 - Sorocaba - SP

Secult abre oficialmente a 45ª Semana do Tropeiro




da assessoria de imprensa da prefeitura de Sorocaba

Usando da criatividade poética, à qual, certamente, Renato Teixeira não se oporia, a abertura oficial da 45ª Semana do Tropeiro de Sorocaba, ocorrida na noite de quarta-feira (9), na Biblioteca Infantil "Renato Sêneca de Sá", trouxe à memória dos presentes à solenidade um trecho clássico daquilo que deve ter sido a vida dos tropeiros sorocabanos: "É de laço e de nó, o destino de um só, feito eu perdido em pensamentos sobre o meu cavalo. É de laço e de nó, de gibeira o jiló, dessa vida, cumprida a só..."

À parte das formalidades e agradecimentos feitos pelo secretário da Cultura e Lazer de Sorocaba (Secult), Edmilson Chelles, o evento foi marcado por uma aula sobre o "verdadeiro tropeiro sorocabano". Longe de ser a figura bem vestida, de bota de couro mineira ou paulista, ele era um homem de pés descalços, calça surrada, mal tinha uma camisa como veste e usava seus pés para "esporar" sua mula no sobe e desce dos caminhos abertos à lâmina das facas fabricadas pela Real Fábrica de Ipanema.

E o "brinde histórico" oferecido, ainda, foi a surpresa de se saber que a região da Ponte Francisco Delosso, às margens do Rio Sorocaba, longe de ser ponto de pouso das tropas era apenas o ponto de cobrança dos impostos; do primeiro pedágio do Brasil. "Cinco, dez, vinte, trinta mil animais nunca caberiam ali. Os muares advindos do Sul do país ficavam mesmo pelos campos do Ipatinga e da Fazenda Ipanema, onde as tropas faziam pouso e deixavam as mulas na engorda", contou o estudioso e muladeiro, Álvaro Augusto Antunes de Assis, para quem "o tropeiro é um personagem único e que vai muito além das feiras de muares. É o homem simples que domou mulas, ensinou o animal a usar as tralhas e trouxe tudo em seu lombo".

Num dueto com a historiadora Sônia Nanci Paes, ele também lembrou daqueles que, ao longo do tempo, garantiram a valorização e a preservação da memória tropeira nas 44 edições anteriores da festa: "Temos que reconhecer a importância da professora Vera Job, do professor Mário Matos, do Mirtão Tropeiro e de tantos outros que trabalharam muito sob a tutela de Aluísio de Almeida para manter viva a nossa tradição", disse, lamentando que, mesmo assim, o sorocabano ainda tem pouco conhecimento desse período e desses personagens raízes de nossa história. Sônia e Álvaro, aliás, são os responsáveis por ministrar palestras sobre o assunto até o próximo dia 25, em vários locais da cidade.

Para Chelles, as atividades da Semana do Tropeiro são imprescindíveis, principalmente, àqueles que recentemente chegaram em Sorocaba, adotando-a como sua cidade. "Todos os dias temos gente chegando e se fixando. Eles também devem conhecer aquilo que nossa história atribuiu à nossa cultura", comentou.

Cultura que, para o vereador e presidente da Câmara, José Francisco Martinez, trouxe e levou riquezas, deixando costumes que se diluíram ao longo do tempo, mas que são resgatados pela Semana do Tropeiro.

O vice-prefeito e secretário de Governo e Relações Institucionais, José Ailton Ribeiro, natural de Itararé - última das divisas da região de Sorocaba no período tropeiro – lembrou do tempo em que testemunhou o passar das mulas e até do gado pelos trechos de terra de Sorocaba e disse que, assim como naquela época, a cidade continua "vanguardeira". "Hoje o progresso não chega no lombo das mulas, mas vem seguindo a modernidade. Porém, como antes, a cidade recebe a todos que querem ajudar no seu crescimento", disse.

E todo esse "conversê", que teve como testemunhos os secretários Renato Gianolla, da Urbes Trânsito e Transportes,  Terezinha Del Cistia, da Educação, Mazé Lima,  da Cidadania e a presidente do Fundo Social de Solidariedade (FSS), Denise Lippi, ainda foi regado pelo dedilhado dos acordes de Ricardo Anastácio e dos músicos da Orquestra de Viola Tropeira  de Sorocaba, que não perderam o tom da cantoria nem mesmo diante do estimulante cheiro do torresmo fritando na panela que enchia o ar, atiçando a fome dos visitantes.

A Semana do Tropeiro tem atividades até o dia 27 de maio, quando acontece o tradicional desfile pelo Caminho das Tropas. Este evento contará com a presença das mais de 40 comitivas que virão de Itararé e de outras regiões do Sudoeste Paulista e do Vale do Paraíba.



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