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22/5/2012 - Sorocaba - SP

Semana do Tropeiro - Casarão de Brigadeiro Tobias abre suas portas à comunidade




da assessoria de imprensa da prefeitura de Sorocaba

Animais soltos, comendo a grama verdinha do entorno do Casarão de Brigadeiro Tobias, no bairro de mesmo nome, pintaram o cenário perfeito para o primeiro dia de palestras e exposição da cultura e história tropeiras, nesta segunda-feira (21).

Para os mais de quinhentos estudantes que visitaram o local durante todo o dia, o entusiasmo ficou justamente pela possibilidade de testemunhar os muares em seu habitat. Também chamou a atenção no Casarão as miniaturas expostas e uma coleção de tralhas do tropeiro sorocabano, Álvaro Augusto, responsável pela "aula" de tropeirismo oferecida aos energizados visitantes.

Primeira a participar da visitação de alunos ao evento em prol da Semana do Tropeiro, no início da tarde, a EE "Izabel Rodrigues Galvão" levou cerca de 330 meninos e meninas ao Casarão. A ideia, segundo a professora de História, Sandra Mara Ventura, era colocá-los diante da realidade que passaram estudando em livros e pesquisando na internet a fim de conhecer mais do assunto. "Foram duas semanas nas quais eles se envolveram a ponto, inclusive, de apresentar o resultado dos trabalhos realizados a colegas a outras séries", contou.

E a lição de casa foi aprendida. Atentas à fala de Álvaro, Ana Maria da Silva Vieira e Marcela Cristina Silveira, estudantes do 9º ano, garantem que o melhor da interação com o local foi a certeza de que tinham "aprendido bastante". Marcela, aliás, assume que a aula adornada por tudo aquilo que viu nas imagens eletrônicas "despertou ainda mais a curiosidade em aprender mais. Foi muito legal".

O conhecimento sobre a cultura, sobre as comidas típicas e sobre tudo aquilo que os antepassados deixaram ficou "mais vivo" para Ana Maria, a quem "Sorocaba não seria perfeita se não houvesse o Tropeiro".

Mas o caminho percorrido intelectualmente pelos estudantes, precedendo a ida ao Casarão de Brigadeiro Tobias foi além da história. Para a coordenadora pedagógica da escola, Paula Conte, é importante que os alunos sejam preparados para adensar o conhecimento. Sua opinião é de que em nada adianta "jogar" o aluno num cenário sem que ele saiba o que o espera, principalmente, porque a partir disso "eles terão seu horizonte ampliado por uma cultura que está muito próxima".

Para todas as idades

Atividades integrantes da Semana do Tropeiro, a palestra e a exposição que ocorrem no Casarão não se restringem a estudantes. Ao contrário, estão acessíveis a toda a comunidade.

E quem quiser visitar o local encontra as portas abertas. A  ideia, segundo a diretora de Área da Secretaria da Cultura e Lazer (Secult), Sônia Nanci Paes, que coordenada os trabalhos, é acolher ao cidadão transportando-o para a ambientação rural, característica da formação das cidades interioranas. "Estamos aqui para receber a todo mundo, apresentando um pouco da nossa história, daquilo que formou nossa cidade e que merece ser preservado", assegurou. E não se engane se o cheiro de café coado tomar conta do lugar, porque, dependendo do horário, certamente o visitante poderá apreciar uma fumegante xícara da bebida.

Até sexta-feira (25), das 8h as 18h, quem quiser pode se "aprochegar" e, de repente, participar de uma roda de viola, tirar um dedo de prosa, contar causos e contribuir para o enriquecimento da cultura e da vida do nosso povo. "Muita gente esquece que para chegarmos até aqui, num universo de tecnologia e rapidez absurdas, percorremos um caminho no qual o caipira é a maior riqueza", fala em tom de convite a quem quiser prestigiar o evento.

Uma receita de carinho

Enquanto, para muita gente, o cheirinho de café fresco atiça as papilas degustativas, nada remete mais ao aconchego e tem cara de casa da vó do que cheiro de pão assando. Aliás, há uma boa chance de um visitante provar um pedacinho de pão recém-saído do forno lá no Casarão. Isso porque a Lúcia, que fica quietinha na cozinha montada para alimentar aos funcionários, não para de criar delícias em sua colaboração nesta jornada tropeira.

Então, para quem não pode provar a maciez do seu "pão do sítio", ela partilha uma receita que, acima de tudo, contém muito carinho:

3 ovos

3 colheres (sopa) rasas de açúcar

1 colher (sopa) rasa de sal

3 colheres (sopa) de margarina

2 tabletes de fermento para pão

1 copo de requeijão de leite morno (tipo para mamadeira de bebê..."morninho mesmo", enfatiza)

Bata tudo no liquidificador e disponha numa vasilha, aonde você deve adicionar farinha de trigo, aos poucos. É importante que a cada colherada, a mistura seja batida com colher de pau para aerar, fazendo bolhas. Quando atingir o ponto em que necessita usar as mãos diretamente, deve-se sovar muito. "A massa fica lisinha, mas não fica dura", conta, calculando que vão cerca de 700 gramas de farinha.

Depois desse exercício muscular, deve-se deixá-la descansando aquecida. E bota cobertor por cima, se for o caso, por uns 20 minutos. Aí, divide a massa em três partes, modelando os pães. Coloque-os na assadeira, lado a lado, mas não muito perto. Quando estiverem crescidos, quase juntinhos, é hora de ir ao forno pré-aquecido. Detalhe importantíssimo: nessa hora o fogo deve ser baixado, "porque senão vai queimar o fermento". Só quando os pães tiverem crescido mais um pouco é que a chama pode ser aumentada. Ali vão ficar uns 20 minutos. A partir daí é se permitir saborear não somente o pão quentinho, mas todas as boas lembranças da infância...da vida.



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