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6/8/2014 - Sorocaba - SP

Tutu-Marambá fecha ciclo em memória das vítimas de Hiroshima e Nagasaki




Cruzeiro do Sul 

No dia que marca os 69 anos passados desde a explosão da bomba atômica jogada sobre a cidade japonesa de Hiroshima (e três dias depois também jogada sobre Nagasaki), o grupo sorocabano Tutu-Marambá - Pesquisas das Artes do Corpo apresenta hoje, às 20h, uma performance em memória às vítimas e promove uma reflexão sobre agressividade, violência e paz. Este ano, o ritual, que acontece desde 2008 no Parque Kasato Maru, marca também o encerramento de um ciclo que contou com sete apresentações, e deve ter como desdobramento uma exposição das imagens captadas ao longo dessas apresentações pelos fotógrafos Nilze de Campos, Beto Rocha e Tiago Macambira.



"O grupo encerra este ciclo de homenagens às vítimas dos ataques atômicos, através de um ato pela paz. Quando, em 2008, os performers do grupo iniciavam seu ciclo de estudos sobre o Japão, perceberam logo que não poderiam deixar esta questão sobre os ataques a Hiroshima e Nagasaki de lado: assim, desde 2008, a cada ano é apresentada a performance-tributo que, além de reavivar a memória para que um fato assim não mais se repita, busca, ainda, estabelecer uma ponte, através da arte, para que a harmonia venha a ser recriada a partir do pesadelo atômico, como um novo sonho possível", defende o grupo em material enviado à imprensa. 

Como explica a coordenadora do grupo, Cleide Riva Campelo, a partir desse ciclo de estudos sobre o Japão, iniciado em 2008, entenderam esse ataque atômico inesperado como um dos momentos mais marcantes na cultura japonesa, e passaram a se debruçar sobre ele em uma pesquisa que focou a questão da agressividade, do corpo e da paz. "Como somos um grupo de pesquisa em artes do corpo, uma das questões que pesquisamos é da agressividade. Tanto aquela agressividade positiva, da sobrevivência, quanto dos nossos pequenos atos de violência de todo o dia. Tudo o que é do corpo nos interessa", reforça sobre a pesquisa e emenda: "mergulhamos nessa questão nesses anos e acho que cumprimos um ciclo". 

Para este ano, o ritual foi batizado de Contos do bambu: E do kháos, robusto, a efêmera harmonia é recriada - Tributo às vítimas de Hiroshima e Nagasaki. Sobre a performance, Cleide pontua o caráter ritualístico e explica: "esse tributo é muito solene. Na nossa imaginação, representa que dos escombros um sonho possa nascer", fala Cleide que, juntamente com o grupo, assiste, desde o começo da pesquisa, às manifestações em Hiroshima sobre a passagem da data, antes de se apresentarem. 

Ao longo dos anos e por conta desse mergulho, ela destaca que o trabalho que apresentam representa tanto o ocidente pedindo desculpas para o oriente, quanto o próprio Japão; tanto os que jogaram a bomba, quanto aqueles que morreram. "É uma reflexão sobre a barbárie. Para que não se repita mais."



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